Próprio suspeito chamou bombeiros e disse que havia encontrado vítimas desacordadas. Crime foi motivado por herança e aconteceu em Itajaí em 23 de novembro.
O casal de empresários encontrado morto em Itajaí, Santa Catarina, foi assassinado pelo filho, de 24 anos. O motivo foi a herança, segundo informações da Polícia Civil nesta segunda-feira (2).
O familiar chegou na residência ao menos duas horas antes dos assassinatos, onde aguardou, acompanhado de outro suspeito, pela chegada da mãe e do padrasto, segundo delegado Roney Péricles. O duplo homicídio ocorreu em 23 de novembro, um sábado.
O nome do suspeito não foi divulgado.
"Temos a convicção de que ele (filho) estava na residência naquele momento (dos assassinatos). Inclusive, foi ele quem ingressou com o outro suspeito", disse.
Além disso, informou o delegado, os investigados permaneceram na casa após a chegada das vítimas por cerca de uma hora, o que não é comum em casos de roubo ou latrocínio, afirmou o delegado.
"Após a chegada do casal, eles ainda permaneceram uma hora. Mais de duas horas antes [das vítimas entrarem na casa] e uma hora depois", resumiu.
Cronologia do crime
O delegado detalhou a cronologia do duplo homicídio.
Um ponto que chamou a atenção dos policiais foi que o casal demorou cerca de 3 minutos e 30 segundos para entrar na casa, considerando o tempo de abrir o portão da garagem, estacionar a caminhonete e abrir a porta da residência. "Teria tempo para eles saírem da casa", disse o delegado.
Por enquanto, a polícia não tem informações detalhadas sobre como foi a dinâmica do crime dentro da residência. Os investigadores aguardam o laudo da Polícia Científica para terem com precisão a causa da morte.
"O laudo necroscópico ainda não foi encaminhado pela Polícia Científica. Os sinais aparentes de morte indicam asfixia. Contudo, quando o homicídio ocorre por asfixia, pode se dar de diversas maneiras", explicou o delegado.
O próprio suspeito foi quem acionou o Corpo de Bombeiros, dizendo ter encontrado o casal desacordado dentro de casa. A prisão aconteceu no domingo (1º) e a Delegacia de Homicídios fala em crime premeditado, ressaltando que o envolvido "iria se beneficiar do patrimônio do casal".
Durante a coletiva, o delegado falou mais sobre a motivação. "Óbvio que não descartamos novos elementos para que possamos melhor esclarecer, mas, nesse primeiro momento, ficou bem evidente para a equipe porque se tratava realmente de um herdeiro direto do casal".
"Até aqui, a investigação demonstra que a motivação estaria diretamente relacionado aos bens do casal, sobretudo à questão da empresa, em relação à empresa que o casal tinha e que havia um interesse do investigado de administrar essa empresa", resumiu.
Além da prisão do suspeito, agentes cumpriram mandados de busca e apreensão em dois endereços ligados ao suspeito com recolhimento de aparelhos telefônicos, computadores e vestimentas. O nome dele não foi informado, porém a delegacia publicou uma foto desfocada dele.
As investigações continuam para identificar o comparsa do suspeito e se há mais pessoas envolvidas.
"As demais circunstâncias e a identificação dos demais envolvidos serão melhor esclarecidas com a análise dos aparelhos telefônicos apreendidos na referida ação", reforçou a Polícia Civil, em nota.
Como a polícia chegou ao suspeito
Câmeras de segurança ajudaram a investigação a chegar ao filho do casal como suspeito do crime. "Chegamos a analisar sobretudo a rotina do casal naquela noite, para verificar se alguém os estava seguindo", disse o delegado.
"Tinham saído para jantar. Tivemos imagens detalhadas do casal tanto do jantar, karaokê, lancheria para levar lanche para casa. Não havia ninguém perseguindo, nenhum tipo de situação de autoria mais casual", detalhou.
Dessa forma, a polícia começou a reunir elementos de que o crime não foi cometido por assaltantes que não conheciam o casal, mas foi planejado.
As câmeras também ajudaram na rota após o crime. "Passamos a buscar imagens para que fechasse o percurso, o trajeto que ele fez após a saída do local. Conseguimos fechar esse percurso justamente na casa em que residia o investigado".
O casal estava junto há 11 anos, segundo amigos. Os dois tinham um uma loja de decoração na cidade e imóveis na região. O homem é natural de Blumenau e a mulher, de União da Vitória, no Paraná.
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