Tivi São Lourenço, 02 de maio de 2025
Segurança

'Precisamos saber se ela está viva ou morta', diz advogado da família de adolescente grávida desaparecida há três semanas no Paraná

Advogado da família afirma que vai abrir investigação paralela para tentar buscar indícios da jovem. Isis Victoria Mizerski tem 17 anos e sumiu no dia 6 de junho, após sair para encontrar o pai do beb

Por G1

Atualizado em 28/06/2024 | 10:56:00

O desaparecimento de Isis Victoria Mizerski, adolescente de 17 anos que está grávida e não foi mais vista desde o dia 6 junho, completa três semanas nesta quinta-feira (27).

Na mesma data, o advogado que representa a família da jovem, Claudio Dalledone, concedeu uma entrevista coletiva ao lado do tio de Isis, Rodrigo Mizerski, comentando o caso. Ele afirmou que o escritório de advocacia vai abrir uma investigação paralela para ajudar na apuração sobre o paradeiro da adolescente.

"Num primeiro momento precisamos saber se ela está viva ou morta. A partir disso que se desenvolvem caminhos para o processo. Os familiares acordam com a esperança de encontrar ela viva e adormecem com o sentimento dessa menina estar morta. A família está num turbilhão emocional muito grande”, contou.

Isis é de Tibagi, cidade dos Campos Gerais do Paraná, e de acordo com as investigações sumiu após sair para se encontrar com o vigilante Marcos Vagner de Souza, apontado como pai do bebê que ela está esperando. Ele está preso e nega envolvimento em qualquer crime. Relembre detalhes do caso mais abaixo.

Segundo Dalledone, a polícia está trabalhando com indícios do que aconteceu com a adolescente.

"Precisamos de prova, de vida, ou prova de que ela está morta. Vamos integrar o nosso núcleo de inteligência do escritório, cruzar dados e fazer uma profunda pesquisa, sem invadir a esfera de atuação da polícia. Vamos auxiliar”, garante o advogado.

De acordo com ele, a mãe de Isis não participou da coletiva por estar abalada. Rodrigo, tio da jovem, afirma que a família acredita que Marcos tem envolvimento no desaparecimento da menina.

"Enquanto nós estamos num quebra-cabeça, o suspeito se encontra numa cela protegido, sem falar e aguardando se vão encontrar algo que ele fez", disse.

Marcos foi ouvido antes de ser preso e, desde que foi detido - no dia 17 de junho - não foi mais interrogado. O delegado Jonas Avelar, responsável pelo caso, afirma que aguarda o resultado de perícias, diligências e testemunhas para ter mais subsídios para a nova conversa.

Na quarta-feira (26), o delegado também disse que a polícia suspeita que há mais pessoas envolvidas no desaparecimento, mas prefere não dar detalhes para não atrapalhar as investigações.

No mesmo dia, o Corpo de Bombeiros retomou as buscas pela jovem com uma mudança na estratégia: enquanto antes as buscas eram feitas apenas em áreas de mata, agora o foco são margens de rios que ficam entre Tibagi e Telêmaco Borba.

O motivo são denúncias anônimas recebidas pela Polícia Civil, segundo o delegado Jonas Avelar.

Suspeito preso é indicado como pai do filho que a jovem está esperando
Segundo familiares de Isis, a jovem teve um envolvimento amoroso com Marcos e engravidou do vigilante, mas ainda não havia revelado a gravidez para todos.

A jovem disse para a irmã e para uma prima que planejava contar à mãe que estava grávida na mesma noite em que sumiu e que, apesar de Marcos querer que ela fizesse um aborto, ela tinha a intenção de ter o bebê e estava escolhendo o nome da criança.

No primeiro depoimento, no dia 10 de junho, Marcos Vagner de Souza confirmou que se encontrou com Isis no dia que ela desapareceu. Segundo o delegado Jonas Avelar, ele disse que a deixou em uma vila da cidade, negando ter envolvimento em qualquer crime.

Dias depois, a polícia apreendeu celulares e outros pertences do vigilante e no dia 14 um mandado de prisão foi expedido em nome dele.

O homem se entregou à polícia três dias depois e está preso desde 17 de junho.

"A Polícia Civil segue investigando o caso e realizando todas as diligências cabíveis a fim de localizar a vítima e esclarecer os fatos. Testemunhas confirmaram durante oitivas que o suspeito, antes do desaparecimento, estaria procurando adquirir remédio abortivo. Além disso, a Polícia constatou que a última localização do celular do suspeito é a mesma notificada pelo celular da vítima", disse a corporação, em nota.

A defesa de Marcos afirma que o homem não tem envolvimento com o desaparecimento da jovem. O advogado Renato Tauille reforça que o vigilante deixou a jovem em uma vila da cidade e diz que não há provas que ele tenha cometido algum crime.

NOTÍCIAS RELACIONADAS