Tivi São Lourenço, 06 de julho de 2025
Segurança

Morte suspeita: Justiça autoriza exumação de cunhada da professora envenenada em SP

Professora envenenada morreu logo após Nathalia Garnica, irmã do médico preso por suspeita de envolvimento no caso em Ribeirão Preto

Por ND Mais

Atualizado em 15/05/2025 | 10:47:00

A Justiça de Pontal, em São Paulo, autorizou a exumação do corpo de Nathalia Garnica na quarta-feira (14). Ela era irmã de Luiz Antônio Garnica, médico preso por suspeita de matar a esposa Larissa Talle Leôncio Rodrigues em Ribeirão Preto.

A professora envenenada foi encontrada morta em 22 de março, pouco mais de um mês após a morte da cunhada, em 9 de fevereiro. Até então, o óbito de Nathalia Garnica era atribuído a causas naturais, mas passou a ser investigado pela possibilidade de envenenamento.

Segundo a Polícia Civil, a exumação do corpo deve ocorrer nos próximos dias. A irmã de Luiz está enterrada no cemitério de Pontal, mesmo túmulo em que Larissa foi sepultada.

As semelhanças entre as mortes intrigaram os investigadores. A mãe do médico, Elizabete Arrabaça, esteve na cena do crime nas duas ocasiões, e ele realizou massagem cardíaca em ambas as vítimas.

“A diferença de tempo entre a morte de uma e da outra é pouco mais de um mês. Era uma menina nova também. A Elizabete encontrou a filha, e o Luiz foi para lá e fez massagem cardíaca na irmã. As circunstâncias foram bem semelhantes”, destaca o delegado Fernando Bravo.

Tudo que se sabe sobre a morte da professora envenenada com chumbinho em SP
Luiz Antônio Garnica e a mãe, Elizabete Arrabaça, estão presos desde o dia 6 de maio por suspeita de envolvimento no caso da professora envenenada. A sogra de Larissa teria sido a última a vê-la com vida, na noite anterior à morte.

Ao deixar a casa da amante na manhã de 22 de março, o médico encontrou a esposa caída no banheiro do apartamento onde moravam. A guarda civil metropolitana acionada por volta das 10h40.

Ele teria tentado reanimá-la até a chegada da equipe do Samu, que constatou o óbito. Os socorristas notaram a rigidez do corpo e o cheio forte de limpeza no apartamento.

O laudo do IML (Instituto Médico Legal), realizado às 17h45 do mesmo dia, revelou que a professora envenenada estava morta havia 12 horas do início do exame.

“A participação dele ficou bem evidente para nós pela forma que ele encontrou a Larissa. Ela já estava com rigidez cadavérica e ele tentava limpar o apartamento como se fosse tentar desfazer as provas para a perícia técnica não detectar uma prova contra ele”, ressalta o delegado Fernando Bravo.

Segundo a investigação, a sogra teria ligado para uma amiga pedindo ajuda para encontrar chumbinho. Elizabete ainda preparou sopas para a nora ao longo da semana, o que indica que o envenenamento foi gradual. Com diarreia e vômitos, Larissa contou aos amigos que foi medicada pelo marido.

“Nós conseguimos encontrar uma testemunha que relatou que a sogra estava procurando o chumbinho para comprar, aproximadamente 15 dias antes da morte, então isso nos trouxe uma segurança que ela juntamente com o filho mataram a Larissa”, afirma o delegado.

O advogado Matheus Fernando da Silva, que representa a família da professora envenenada, afirmou que a conta bancária da vítima foi movimentada após sua morte. Ela havia recebido recentemente o seguro de vida da mãe.

Testemunhas afirmam que Larissa havia acabado de descobrir a traição do marido e pediu o divórcio, o que Luiz não aceitou. O Ministério Público solicitou que a amante do médico prestasse um novo depoimento à Polícia Civil na quarta-feira (14), com objetivo de apurar se o encontro dos dois foi planejado para servir de álibi na noite da morte.

Ao ND Mais, o advogado Júlio Mossin, que representa Luiz Antônio Garnica, afirmou que não dará entrevista por ora porque não teve acesso aos autos. “Mas adianto que o Luiz não matou a esposa e nem concorreu para tanto, sendo sua prisão ilegal”, ressaltou.

Em nota no dia 7 de maio, a defesa de Elizabete Arrabaça disse que “não foi dado acesso ao inteiro teor da investigação para as defesas, sob o argumento que ainda existem diligências em andamento”.

O advogado Bruno Corrêa Ribeiro antecipou que entrará com pedido de habeas corpus para a revogação da prisão temporária de Elizabete, alegando problemas de saúde e risco à vida.

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