Tivi São Lourenço, 19 de maio de 2025
Segurança

Homem que assassinou ex-namorada por não aceitar fim do relacionamento cumprirá 27 anos de prisão

Letícia Selig foi morta com tiro na cabeça na frente do filho pequeno em Caçador.

Por Oeste Mais

Atualizado em 17/01/2024 | 09:17:00

Um homem que assassinou a ex-namorada por não aceitar o fim do relacionamento, no bairro Martello, em Caçador, no Meio-Oeste catarinense, foi condenado a 27 anos de prisão.

O crime aconteceu na madrugada de 30 de novembro de 2020. O autor não podia se aproximar da ex-companheira Letícia Selig, de 22 anos, justamente pelo histórico de desavenças, mas descumpriu a medida protetiva, foi até a casa dela, sacou um revólver e atirou.

O projétil atingiu a cabeça da vítima, provocando a morte por traumatismo craniano. Ele fugiu com um dos filhos, de dois anos, mas foi preso logo após o crime. Segundo a polícia, a criança presenciou o crime. 

No primeiro Tribunal do Júri, realizado em julho de 2022, os jurados haviam desclassificado o crime para lesão corporal, em uma decisão contrária às provas dos autos, o que levou o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) a pedir a anulação da sessão.

O novo julgamento do autor aconteceu nesta terça-feira, dia 16, no fórum da comarca.

Desta vez, todas as teses do MPSC foram acolhidas, o que significa que a denúncia foi aceita integralmente. Assim, o feminicídio, o motivo torpe e o emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima foram reconhecidos como qualificadoras, o que agravou a pena.

O descumprimento de uma medida protetiva e o fato de o crime ter sido cometido na frente de um dos filhos também resultaram no aumento do tempo de condenação, conforme prevê o Código Penal.

O pai da vítima, que assistiu a toda a sessão, ouviu a sentença com alívio. "Arrancaram um pedaço de mim, e a condenação era a resposta que eu aguardava. Isso não traz a minha filha de volta, mas pelo menos saio desse lugar com o sentimento de que a justiça foi feita", declarou.

A irmã mais nova relembrou a relação conturbada entre a vítima e o réu, regada por agressões físicas e psicológicas e muitas idas e vindas, e deu um conselho para as mulheres. "Jamais voltem a se relacionar com um agressor, sob hipótese alguma. Se afastem o mais rápido possível para não correrem o risco de ter o mesmo destino que minha irmã", alertou.

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