Letícia Selig foi morta com tiro na cabeça na frente do filho pequeno em Caçador.
Um homem que assassinou a ex-namorada por não aceitar o fim do relacionamento, no bairro Martello, em Caçador, no Meio-Oeste catarinense, foi condenado a 27 anos de prisão.
O crime aconteceu na madrugada de 30 de novembro de 2020. O autor não podia se aproximar da ex-companheira Letícia Selig, de 22 anos, justamente pelo histórico de desavenças, mas descumpriu a medida protetiva, foi até a casa dela, sacou um revólver e atirou.
O projétil atingiu a cabeça da vítima, provocando a morte por traumatismo craniano. Ele fugiu com um dos filhos, de dois anos, mas foi preso logo após o crime. Segundo a polícia, a criança presenciou o crime.
No primeiro Tribunal do Júri, realizado em julho de 2022, os jurados haviam desclassificado o crime para lesão corporal, em uma decisão contrária às provas dos autos, o que levou o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) a pedir a anulação da sessão.
O novo julgamento do autor aconteceu nesta terça-feira, dia 16, no fórum da comarca.
Desta vez, todas as teses do MPSC foram acolhidas, o que significa que a denúncia foi aceita integralmente. Assim, o feminicídio, o motivo torpe e o emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima foram reconhecidos como qualificadoras, o que agravou a pena.
O descumprimento de uma medida protetiva e o fato de o crime ter sido cometido na frente de um dos filhos também resultaram no aumento do tempo de condenação, conforme prevê o Código Penal.
O pai da vítima, que assistiu a toda a sessão, ouviu a sentença com alívio. "Arrancaram um pedaço de mim, e a condenação era a resposta que eu aguardava. Isso não traz a minha filha de volta, mas pelo menos saio desse lugar com o sentimento de que a justiça foi feita", declarou.
A irmã mais nova relembrou a relação conturbada entre a vítima e o réu, regada por agressões físicas e psicológicas e muitas idas e vindas, e deu um conselho para as mulheres. "Jamais voltem a se relacionar com um agressor, sob hipótese alguma. Se afastem o mais rápido possível para não correrem o risco de ter o mesmo destino que minha irmã", alertou.
Motorista de carro morreu preso nas ferragens e companheira dele também não resistiu.
Envolvidos ainda teriam tentado atear fogo em uma residência.
Bombeiros chegaram a ser acionados, mas vítima já estava sem os sinais vitais.
Passageiro foi localizado ferido no hospital, mas não soube informar sobre o condutor.
Autor chegou a fugir do local, mas foi localizado e preso na própria casa.
Defesa apontou que animal era de estimação do filho de 7 anos do réu, mas justificativa foi rejeitada pelos jurados.