Tivi São Lourenço, 14 de maio de 2025
Segurança

Doméstica que desapareceu em Goiás pediu que polícia não avisasse familiares que ela havia sido encontrada, diz delegada

Jovem estava envergonhada e disse que não quer mais viver em Goiás, segundo a polícia. Mulher havia desaparecido no dia 6 de maio após sair para trabalhar.

Por G1

Atualizado em 14/05/2025 | 10:09:00

A empregada doméstica Gisele Heloísa Alves Silva, de 29 anos, que foi considerada desaparecida por quatro dias, pediu à polícia que não avisasse a família de que ela havia sido encontrada, afirmou a delegada responsável pelo caso, Carla de Bem. Segundo a corporação, Gisele afirmou ter fugido por causa de dívidas.

"Ela não queria avisar [à família], não queria nem que nós avisássemos à família. Ela disse que estava envergonhada e sem saber que atitude tomar", afirmou Carla.

A família denunciou o desaparecimento da mulher no dia 6 de maio, em Goianira, Região Metropolitana de Goiânia, e a doméstica foi encontrada quatro dias depois, no sábado (10).

Na delegacia, Carla contou que, após insistir, Gisele aceitou que os policiais chamassem o pai dela para buscá-la.

Ainda de acordo com a delegada, a doméstica também afirmou que não quer mais viver em Goiás.

Como não cometeu nenhuma ilegalidade, Carla afirmou que Gisele não deve responder criminalmente, e que pedirá o arquivamento do caso.

Procura por Gisele

De acordo com a família, Gisele havia desaparecido após o carro em que ela estava ficar sem combustível, na manhã de terça-feira (6), em Goianira, enquanto seguia para o trabalho como empregada doméstica, em Goiânia.

Ela chegou a enviar um vídeo para o marido Luan Lucas, de 38 anos, mostrando onde deixaria o veículo antes de chamar uma moto por aplicativo

Segundo Luan, quando ele foi buscar o carro durante a tarde do mesmo dia, não conseguiu mais conversar com a esposa e procurou os patrões de Gisele, que informaram que ela não havia aparecido no trabalho. Sem encontrar a esposa, o marido registrou um boletim de ocorrência do desaparecimento.

As buscas pela mulher começaram na quarta-feira (7), segundo a polícia. De acordo com a delegada Carla, a corporação conseguiu encontrar imagens de câmeras de segurança que mostravam Gisele caminhando por Goiânia.

"Nós não conseguíamos encontrar ela porque ela tinha descartado o celular e não queria ser encontrada", afirmou.
Carla contou que, cerca de 48 horas após o início das buscas, a polícia descobriu que a mulher havia entrado em um ônibus e desembarcado em Guarulhos, seguindo depois para Santos, no Estado de São Paulo. Lá, a delegada afirmou que Gisele conseguiu uma carona com um caminhoneiro e tinha planos de seguir até Palmas, no Tocantins.

"Ela explicou que estava desesperada, disse que não queria voltar pra casa e saiu meio sem rumo, sem destino em São Paulo e acabou encontrando esse rapaz que poderia dar uma carona para ela", declarou.

Encontrada

Após a polícia receber a informação de que Gisele estaria seguindo rumo a Palmas em um caminhão, a delegada contou que um bloqueio foi montado no trajeto próximo a Itumbiara, região sul de Goiás, com o apoio da Polícia Militar, que abordou vários caminhões até encontrar a mulher, no sábado (10).

Segundo o major da Polícia Militar, Eduardo Abílio, Gisele foi encontrada na cabine do caminhão com o motorista.

"Ela estava junto com esse caminhoneiro e no momento da abordagem foi solicitado que descesse o veículo e foi constatado que se tratava da desaparecida", afirmou.
Eduardo também contou que acredita que Gisele sabia que estava sendo considerada desaparecida, devido à repercussão do caso.

Na delegacia, a doméstica declarou à polícia que fugiu por conta de dívidas. De acordo com Carla, todos os motivos que poderiam ter levado a fuga foram investigados e não houve indícios de que a mulher sofresse algum tipo de violência ou tivesse outros motivos para deixar a família.

A delegada também afirmou que Gisele planejou a fuga e mentiu para os patrões dizendo que iria ao dentista e deixou o carro quase sem combustível de propósito.

"Isso já tinha sido planejado. Não teve dentista, não teve nenhuma situação de saúde, ela já tinha deixado o carro meio que sem combustível para parecer realmente que deu uma pane seca e aí ela construiu aquele teatro e deixou o carro com o marido e foi embora", declarou.
Cronologia do desaparecimento

6/05: Gisele manda uma mensagem e um vídeo para o marido dizendo que o carro estava sem gasolina, e que seguiria para o trabalho com uma moto por aplicativo. A polícia descobriu que ela foi para a Vila Mutirão, em Goiânia, e não para a casa dos patrões;

6/5: Na tarde do mesmo dia, o marido de Gisele, Luan Lucas, de 38 anos, ligou para o patrão dela e descobriu o sumiço, pois ela não estava no trabalho, em Goiânia;

7/5: Gisele fez uma corrida por aplicativo para ir da Vila Mutirão, em Goiânia, para Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital. Lá, ela pegou um ônibus com destino a Guarulhos, em São Paulo, de acordo com a polícia.

- A doméstica desembarcou em Santos (SP). Lá, conheceu um caminhoneiro que iria viajar até Palmas, no Tocantins, e pediu uma carona. A data em que ela desembarcou e em que pegou a carona não foi divulgada pela polícia.

10/5: No sábado, Gisele foi encontrada pela polícia no caminhão, em Itumbiara.

12/5: Polícia divulga informações sobre o depoimento da doméstica. Gisele disse que fugiu porque estava com dívidas.

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