Prática pode causar efeitos duradouros na autoestima e no emocional da vítima.
Quase um quarto dos estudantes brasileiros já sofreu bullying dentro da escola. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 23% dos alunos de 13 a 17 anos relataram ter sido vítimas de agressões verbais ou físicas no ambiente escolar. Em contrapartida, 12% admitiram ter praticado essa violência no mesmo período. Os números mostram um problema persistente, que pode deixar marcas profundas na saúde mental e emocional dos jovens.
Embora campanhas de conscientização e políticas públicas tenham sido criadas nos últimos anos, especialistas alertam que ainda há muito a ser feito para diminuir essa forma de violência, seja dentro da escola ou na rua, já que o problema vai além da simples troca de insultos e perseguições.
A exposição constante a esse tipo de agressão, seja ela verbal ou física, além de impactar diretamente no desempenho acadêmico e a socialização, pode levar a vítima a transtornos psicológicos como depressão e ansiedade.
Para a psicanalista, filósofa e autora do livro ‘O Caminho para o Inevitável Encontro Consigo Mesmo’, Ana Matos, é essencial compreender as raízes desse comportamento para combatê-lo de forma eficaz.
“O bullying não acontece no vácuo. Ele é reflexo de um modelo social que ainda reforça competitividade tóxica e padrões de aceitação rígidos. Muitos agressores, na verdade, repetem padrões de violência que sofrem em outros contextos, seja dentro de casa ou nas interações digitais”, explica.
Cyberbullying
A especialista também destaca que, com a ascensão das redes sociais, o bullying ultrapassou os muros da escola, tornando-se ainda mais cruel. “O cyberbullying intensifica o sofrimento porque a vítima não tem para onde fugir. A humilhação pública na internet pode ter repercussões devastadoras e duradouras, o que torna fundamental que pais e educadores estejam atentos e preparados para intervir”, afirma a psicanalista.
Danos
Além dos danos psicológicos imediatos, o bullying pode ter efeitos duradouros na autoestima e na percepção da própria imagem. Ana Matos alerta que muitas vítimas desenvolvem transtornos alimentares, fobia social e insegurança crônica.
“A humilhação repetitiva pode levar à interiorização da rejeição. Isso se manifesta em quadros de aversão ao próprio corpo, transtornos de autoimagem e, em alguns casos, até comportamentos autodestrutivos. A adolescência é uma fase de construção da identidade, e experiências traumáticas podem moldar a forma como a pessoa se enxerga para o resto da vida”, enfatiza.
Papel da escola
Nesse contexto, o papel das escolas vai além da aplicação de regras disciplinares. Segundo a psicanalista é imprescindível que as instituições adotem programas contínuos de conscientização e acolhimento. “As escolas precisam criar espaços de escuta, onde os alunos se sintam seguros para relatar casos de agressão. Além disso, o trabalho com inteligência emocional desde a infância é um caminho eficaz para reduzir a incidência desse problema”, pontua.
Embora o Brasil tenha avançado na legislação de proteção, como a Lei 13.185/2015, que instituiu o Programa de Combate à Intimidação Sistemática, a implementação das medidas ainda é um desafio. Muitas escolas não contam com estrutura suficiente para lidar com os casos ou não possuem profissionais capacitados para atuar na mediação de conflitos.
Combater o bullying exige um esforço conjunto para transformar essa realidade.
“Se quisermos reduzir os casos de bullying, precisamos educar não apenas as crianças, mas toda a sociedade. Sensibilizar pais, professores e alunos sobre os danos causados pelo bullying é um passo essencial para construir um ambiente escolar mais seguro e saudável”, finaliza Ana Matos.
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