Relatos apontam tratamento grosseiro e desrespeitoso, com atitudes violentas, que amedrontaram pacientes grávidas
O Hospital Maicé, de Caçador, no Meio-Oeste catarinense, foi obrigado a afastar um médico que teria praticado violência obstétrica e ginecológica contra mulheres, pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). A decisão liminar foi deferida nesta terça-feira, dia 12, e atende uma ação civil pública do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).
A ação civil pública foi ajuizada depois que a direção do hospital se recusou a acatar uma recomendação assinada pelas cinco Promotoras de Justiça da comarca para que o médico fosse afastado.
O profissional terá que ser substituído por outro em no máximo 30 dias. O não cumprimento da decisão acarretará uma multa diária de R$ 10 mil, limitada a R$ 1 milhão. Enquanto a substituição não for providenciada, o médico deverá realizar todos os procedimentos de acordo com os termos fixados pela Organização Mundial da Saúde, sob pena de multa de R$ 50 mil por descumprimento.
A ação civil traz uma série de relatos de pacientes atendidas pelo médico nas dependências do hospital a respeito da forma com que foram tratadas. Várias delas dizem, por exemplo, que o exame de toque do colo do útero foi feito de forma agressiva causando sangramento e dor. Uma das mulheres afirma que a experiência foi tão traumática que nem pensa em ter outros filhos.
Outra vítima teve um parto normal induzido agendado, ficou 12 horas em trabalho de parto e foi recriminada pelo médico por ter engravidado em uma idade avançada. Ao dar à luz, ela perguntou por que o bebê não estava chorando e ouviu a seguinte resposta: "Porque você está chorando por ele". A criança nasceu desfalecida, foi reanimada pelo próprio obstetra, ante a ausência de pediatra na sala de parto e sobreviveu.
Uma terceira vítima levou exames para marcar a retirada de dois tumores na vagina e recebeu um tratamento hostil. Ela foi mandada embora pelo médico, mas resolveu insistir e acabou sendo chamada de "burra", "surda" e "gorda". Posteriormente, foi submetida à cirurgia por outro profissional.
Mérito da ação
No mérito, a ação civil requer que o hospital pague no mínimo R$ 300 mil por danos morais coletivos, para compensar os prejuízos sofridos por mulheres vítimas de discriminação de gênero; o afastamento definitivo do médico de todos os serviços voltados à mulher; a contratação de outro profissional para substituí-lo; e a capacitação continuada das equipes médica e de enfermagem que atuam na área da saúde da mulher.
Requer, ainda, a instalação de um canal de comunicação para que as pacientes possam relatar anonimamente casos de discriminação sofridos no hospital e a adoção de um parto humanizado, com a promoção de práticas como o contato pele a pele entre o bebê a mãe logo após o nascimento e a amamentação na primeira hora de vida.
Vítima conduzia um Prisma e seguia para o Exército no Paraná quando sofreu o acidente.
Ela alegou legítima defesa porque foi atacada com um facão pelo homem.
Mãe foi encontrada com marcas de violência dentro de casa.
Vítima de 25 anos foi encontrada sem vida por um vizinho, que acionou a polícia.
Menino de 7 anos foi encaminhado de helicóptero ao hospital de Chapecó.
Entre as vítimas estão jovens de 19 e 20 anos, segundo a PRF.