28 de outubro de 2025
Tivi Entrevista

Com humor e visão prática, Ricardo Pimentel explica por que a IA já é o “funcionário invisível” das empresas

Profissional com mais de 20 anos na área de tecnologia fala sobre tendências, ética e o impacto da Inteligência Artificial nas empresas e na vida cotidiana

Por Redação TiviNet

Atualizado em 22/10/2025 | 17:06:00

A Inteligência Artificial (IA) deixou de ser tema de ficção científica e passou a fazer parte da rotina de pessoas e empresas — da automação de processos à criação de conteúdos e decisões estratégicas. Para quem acompanha de perto essa transformação, como o especialista Ricardo Pimentel, o Brasil vive um momento decisivo: o de entender que IA não é apenas uma ferramenta, mas uma nova forma de pensar o mundo corporativo.

Com ampla experiência em tecnologia e passagens por empresas como Fortics e Infoprotect, Pimentel tem participado de eventos internacionais e liderado projetos que unem inovação, ética e resultados práticos. Em entrevista ao Portal TiviNet, ele fala sobre sua trajetória, os desafios do setor e o que esperar da próxima década.


Do “futuro distante” ao presente das empresas

O interesse de Ricardo pela Inteligência Artificial surgiu quando ele percebeu que “a IA podia responder melhor do que muito estagiário”. Com bom humor, ele explica que o verdadeiro motivo foi o avanço rápido da tecnologia nas rotinas corporativas.

“Comecei a estudar o tema há alguns anos, quando percebi que o que era ‘futuro distante’ estava batendo na porta das empresas. Hoje, ajudo organizações a entenderem que IA não é ficção científica — é planilha otimizada, processo automatizado e tempo ganho”, conta.


Superando o preconceito corporativo

No início, o maior desafio foi romper o preconceito empresarial. “Muitos achavam que IA era coisa da NASA”, relembra.

“Superamos isso com demonstrações práticas. Mostramos que ela pode escrever um e-mail, automatizar um atendimento e até sugerir estratégias melhores que a reunião de segunda-feira. O segredo foi traduzir o tecniquês em português de negócio.”


Trajetória sólida e foco em resultados

Com mais de duas décadas no setor, Pimentel destaca que a vivência prática foi o diferencial.

“Minha formação técnica me deu base, mas o que mais ajudou foi o MBA da vida real — lidar com clientes, parceiros e equipes. Aprendi a aplicar IA onde realmente importa: no lucro, no tempo e na experiência do cliente.”


Eventos internacionais e um novo olhar sobre o Brasil

O especialista já participou de imersões no Vale do Silício e em conferências como o Google Cloud Next, em Las Vegas. Segundo ele, o debate internacional é mais estratégico.

“Lá fora, eles falam menos de chatbots e mais de cultura e modelo de negócio. O Brasil ainda precisa entender que IA não é um aplicativo novo — é um novo jeito de pensar empresa.”


O “funcionário invisível” que trabalha 24h por dia

Para Pimentel, a IA já faz parte do cotidiano de forma tão natural que muitos nem percebem.

“Ela organiza, responde, analisa e prevê — e ainda não pede férias. Empresas que precisavam de dez pessoas agora têm fluxos automáticos. E na vida pessoal, ela lembra compromissos, escreve legendas e até ajuda a escolher presente de aniversário.”


Setores em alta e o papel do GOgenier

Entre as áreas com maior potencial, ele cita saúde, agronegócio, educação e varejo. E destaca o surgimento de um novo campo: o da inteligência aplicada.

“Cada empresa vai criar seu próprio agente inteligente — e é aí que entra o GOgenier, plataforma da Fortics que ajuda negócios a desenvolverem suas próprias soluções generativas.”


IA e o mercado de trabalho: ameaça ou oportunidade?

Com sua frase mais provocante, Pimentel resume o impacto da automação:

“A IA não vai roubar o seu emprego... mas alguém que sabe usá-la, vai. As tarefas repetitivas vão sumir, e as pessoas precisarão focar em criatividade, estratégia e empatia.”


Ética, privacidade e confiança digital

Segundo o especialista, o avanço tecnológico exige responsabilidade.

“Transparência e ética são essenciais. LGPD não é burocracia — é confiança digital. E a confiança será o novo capital das marcas.”


Mitos e verdades sobre a Inteligência Artificial

Entre os principais equívocos, ele cita o medo de que máquinas dominem o mundo.

“Antes de dominar o mundo, a IA precisa dominar o Excel”, brinca.

“Outro mito é achar que ela é cara ou complexa. Hoje, está mais acessível do que nunca — o que falta é coragem para começar.”


Comece pequeno, mas comece

Aos que desejam ingressar na área, Pimentel é direto:

“IA não se aprende só lendo, se aprende fazendo. Teste ferramentas, crie prompts, brinque com as possibilidades. Quem começa agora ainda está cedo. Quem esperar entender tudo, vai chegar tarde.”


Projetos que inspiram

Entre os trabalhos recentes, ele destaca ações em escolas públicas, aproximando alunos e professores do universo da IA.

“Estamos mostrando como a IA pode transformar o futuro deles de forma simples e prática.”

Outro destaque é o GOgenier, ferramenta generativa da Fortics, e projetos de automação em pequenas e médias empresas: “Produtividade não é trabalhar mais, é fazer melhor com menos.”


O futuro: IA personalizada e emocional

O especialista acredita que a próxima década será marcada por assistentes inteligentes personalizados e pela integração de múltiplas linguagens (voz, imagem, texto e vídeo).

“Cada pessoa e cada empresa terá seu próprio assistente. E vem aí a fusão entre IA e emoção — máquinas entendendo sentimentos. Nesse dia, é bom a gente começar a tratar bem a Alexa”, brinca.


Ricardo Pimentel (@rlptel) é especialista em tecnologia e inovação, com mais de 20 anos de experiência no setor. Atua na Fortics e participa de projetos de inteligência artificial aplicada em empresas e instituições de ensino no Brasil e no exterior.

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Utilizamos cookies para personalizar anúncios e melhorar a sua experiência no site. Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade.