Tribunal de Justiça de Santa Catarina concedeu liminar a Maria Tereza Capra (PT), cassada em 4 de fevereiro. Gesto foi feito durante ato antidemocrático em 2 de novembro de 2022.
O Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) concedeu uma liminar para que a vereadora Maria Tereza Capra (PT) , que teve o mandado cassado após denunciar suposta saudação nazista em São Miguel do Oeste, no Oeste de Santa Catarina, possa voltar ao cargo.
Capra foi cassada em 4 de fevereiro por um processo de quebra de decoro parlamentar. A decisão, desta quinta-feira (16), ocorreu em recurso de agravo de instrumento.
No julgamento, a desembargadora Denise Francoski, relatora do caso, votou contra o pedido da defesa da vereadora petista. Em contrapartida, o desembargador Vilson Fontana defendeu a liberdade da vereadora de se manifestar sobre o vídeo que repercutiu à época.
O terceiro voto, sendo o segundo para a volta da vereadora ao cargo, foi do desembargador Arthur Jenichen Filho. Com o placar de 2 a 1, a liminar foi concedida.
Cassação
A suposta saudação nazista foi feita durante um ato antidemocrático em 2 de novembro de 2022, após o segundo turno das eleições. Na manifestação, os presentes questionaram o resultado eleitoral, bloquearam uma rodovia e fizeram um gesto suspeito de ser uma saudação nazista.
Capra compartilhou nas redes imagens da ação e disse que o grupo fazia uma saudação nazista. Após a publicação, passou a ser alvo de ameaças e de cassação na câmara.
Foram duas denúncias contra a ex-parlamentar. A primeira delas, denúncia nº 2929, acusa a vereadora de ter praticado “infração político-administrativa grave, sujeita à apuração e sanção pela Câmara Municipal de Vereadores” por ter utilizado sua rede social para “propagar notícias falsas e atribuir aos cidadãos de Santa Catarina e ao Município de São Miguel do Oeste o crime de fazer saudação nazista e ser berço de célula neonazista”.
Já a denúncia nº 2957 traz dois fatos distintos. O primeiro cita manifestação ocorrida em 2 de novembro de 2022, em frente ao 14º Regimento de Cavalaria Mecanizado.
O segundo fato trata, de acordo com o legislativo municipal, da condenação da vereadora em segunda instância, pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), pelo crime contra a lei de licitações. O processo fala na “contratação de shows artísticos sem o devido procedimento licitatório, na época em que exercia a função de secretária municipal de Cultura”.
Investigação do gesto
O gesto citado pela vereadora foi alvo de investigação pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). Porém, pouco mais de um mês após a abertura da investigação, o órgão entendeu que o sinal não se tratava de uma reprodução da saudação nazista.
"Em que pese o gesto realizado por algumas pessoas que participavam da manifestação possa ter sido (erroneamente, diga-se de passagem) interpretado como semelhante a saudação nazista 'Sieg Heil', a minuciosa e diligente investigação realizada pelos integrantes do GAECO Regional de São Miguel do Oeste não revelou qualquer indício no sentido de que os manifestantes praticaram, promoveram, induziram ou incitaram a discriminação ou preconceito de raça, nem tiveram a intenção de fazer apologia ao nazismo", informou o órgão à época.
Vereador do PL foi preso na operação que investiga fraudes em licitações. A operação foi na manhã desta quinta-feira (2).
O aval se deu após a aprovação pelos nove vereadores, do Projeto de Lei 15/2024, do Governo Municipal.
Duas chapas concorrem à Prefeitura de São Francisco de Assis no domingo (28). Prefeito cassado é um dos candidatos. Vereador comanda município de forma interina.
A proposta recebeu aval dos demais vereadores que aprovaram a Moção de Aplausos por unanimidade.
Todas as propostas dos vereadores mirins são encaminhadas em forma de carta ao Legislativo adulto, e, se aprovadas, diretamente encaminhadas às autoridades competentes.
Caleffi era filiado ao partido desde 2003.