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Acusado de tentativa de homicídio, o homem atirou no cunhado após descobrir que filho com deficiência intelectual era vítima do estuprador
Nesta quinta-feira (26) aconteceu o julgamento do homem acusado de tentar matar o estuprador do filho em Ascurra, no Vale do Itajaí. O crime foi registrado em 2015, após o pai descobrir sobre os abusos sexuais sofridos pela vítima, que tem deficiência intelectual.
O julgamento no Tribunal do Júri teve início às 9h, na Comarca de Ascurra. Julgado por tentativa de homicídio qualificado, por uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, ele foi absolvido das acusações por unanimidade.
Conforme denúncia apresentada pelo MPSC (Ministério Público de Santa Catarina), em 6 de novembro de 2015, Eloi Dematte dirigiu até o trabalho do cunhado armado com uma espingarda, logo após descobrir sobre os estupros cometidos contra seu filho.
Ele pediu para que chamassem seu parente e, quando o mesmo se aproximou, efetuou um disparo e o acertou no pescoço. Porém, o homicídio não foi consumado, uma vez que a vítima dos disparos foi socorrida a tempo pelos bombeiros.
Dematte chegou a ser preso preventivamente por tentativa de homicídio, mas recebeu liberdade provisória posteriormente e respondeu ao processo em liberdade.
A defesa do homem explicou que o pai, ao descobrir que o filho era vítima sexual do tio, foi tomado por uma ação desesperada, que o levou a tomar tal atitude.
Vítima revelou crimes praticados por estuprador durante sessão com psicóloga
Conforme os autos do processo, os pais da vítima de estupro foram informados pela psicóloga do filho sobre os abusos sexuais. Em uma das sessões, ele contou que o tio o estuprava constantemente, desde 1997, quando tinha 16 anos de idade.
No depoimento, ele relatou que os abusos aconteciam aos finais de semana, momento em que ficava na casa do parente.
De acordo com o processo, o sobrinho era levado até um rancho, sob pretexto de ajudar com os serviços de jardinagem. No entanto, o tio utilizava o local para estuprá-lo. A denúncia ainda apontou que ele obrigava a vítima a usar roupas femininas, como shorts e calcinhas, e também o maquiava.
O sobrinho relatou que era ameaçado com roçadeiras, machado e foice, e que o estuprador dizia que caso contasse para alguém, mataria ele e seus pais. Segundo o MPSC, a vítima foi abusada por mais de 320 vezes.
Em 8 de dezembro de 2019, o tio foi condenado a 14 anos de prisão por estupro de vulnerável. A sentença saiu quatro anos após a ação judicial. Contudo, antes que pudesse cumprir a pena, o homem morreu em um acidente de trânsito, em 13 de janeiro de 2020.
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