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Mesmo com opinião pública e setor empresarial contrários, a ampliação do Legislativo avançou em primeiro turno e volta ao plenário para decisão final nas próximas semanas.
A aprovação, em primeiro turno, do projeto que amplia de 9 para 11 o número de vereadores em São Lourenço do Oeste tem provocado forte repercussão na cidade. Empresários, entidades representativas e grande parte da população se manifestaram de maneira contrária à proposta, alegando que o momento econômico exige responsabilidade fiscal e que o aumento não reflete as prioridades do município.
Nas redes sociais e grupos comunitários, moradores expressaram indignação, afirmando que a Câmara não está ouvindo a opinião pública, especialmente após a divulgação de uma enquete com 92% de rejeição ao aumento. Mesmo diante desse cenário, a maioria dos vereadores optou por aprovar o texto em primeiro turno, reacendendo um debate que há anos divide opiniões no município.
A Câmara de Vereadores de São Lourenço do Oeste aprovou, em primeiro turno, nesta segunda-feira (1º), o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 02/2025, que prevê o aumento de 9 para 11 vereadores a partir da legislatura de 2029. A matéria recebeu sete votos favoráveis — Altair Borges, Cesar Luiz Piran, Edison Demarchi, Jader Ioris, João Carlos Suldowski, Julcemir Bombassaro e Sabino Zilli — e dois votos contrários, dos vereadores Edson Ferrari e Mauro Michelon.
Apesar do avanço, o projeto ainda não está aprovado: para alterar a Lei Orgânica, é necessária votação em segundo turno, com quórum qualificado.
O presidente da Câmara, João Carlos Suldowski, defendeu que a medida busca adequar o município ao que estabelece a Constituição Federal sobre representatividade populacional. Ele destacou que o Censo 2022 apontou 24.785 habitantes, e a estimativa do IBGE para 2024 indica 25.770, número que enquadra o município na faixa que permite até 11 vereadores.
Outros argumentos apresentados pelos autores incluem:
maior equilíbrio representativo;
ampliação do debate legislativo;
fortalecimento da articulação política junto aos governos estadual e federal;
maior potencial de captação de emendas parlamentares.
O vereador Edson Ferrari justificou voto contrário afirmando que o tema deveria ser debatido mais próximo do período eleitoral e demonstrou preocupação com os impactos da Reforma Tributária. Ele enfatizou que é preciso cautela e foco em prioridades como saúde, educação e infraestrutura.
Já o vereador Mauro Michelon reforçou que quantidade não significa qualidade e afirmou que também votará contra no segundo turno, seguindo a manifestação da comunidade.
Antes da votação, o vereador Mauro Michelon divulgou uma enquete pública que registrou 399 participações. Destas, 367 pessoas (92%) se manifestaram contra a ampliação de 9 para 11 cadeiras.
Para Michelon, o resultado deixa claro o recado da comunidade:
“Em respeito à ampla maioria, e entendendo que este não é o momento para ampliar o número de vereadores — até porque quantidade não significa qualidade ou capacidade — informo que meu voto também será contrário.”
O levantamento reacendeu o debate público e intensificou críticas de moradores que afirmam que a Câmara não está respeitando a vontade popular.
Representando cerca de 750 empresas, a ACISLO divulgou nota pública contrária ao avanço do projeto neste momento. A entidade argumenta que:
o atual número de vereadores é suficiente para atender às demandas legislativas;
o cenário econômico exige responsabilidade fiscal;
representatividade está ligada à eficiência da atuação parlamentar, e não ao número de cadeiras;
há preocupação com novas despesas diante das incertezas da Reforma Tributária.
A entidade reforça que é possível “ir mais longe com menos”, investindo em produtividade e gestão qualificada.
A ampliação do número de vereadores não é novidade em São Lourenço do Oeste. Entre 2009 e 2012, proposta semelhante gerou forte reação popular e mobilização de entidades, incluindo manifestação contrária da ACISLO.
Agora, mais de uma década depois, o assunto retorna ao debate, novamente cercado de polêmica e divisão entre representatividade e responsabilidade fiscal.
O projeto seguirá tramitação nas comissões permanentes e retornará ao plenário para votação em segundo turno. Somente se novamente aprovado será incorporado à Lei Orgânica, passando a valer a partir de 1º de janeiro de 2029.
Enquanto isso, o debate permanece intenso, com clara rejeição popular e empresarial contrastando com o posicionamento da maioria dos vereadores.
Com a aprovação em segundo turno, o projeto segue para sanção do prefeito municipal.
O Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 2/2025 ainda será apreciado em segundo turno para deliberação final dos parlamentares.
A discussão não é nova na cidade. Durante a legislatura 2009–2012, uma proposta semelhante gerou forte reação popular e contou também com manifestação contrária da ACISLO.
Segundo Demarchi, a iniciativa reconhece a importância da entidade para o setor agropecuário regional.
Decisão unânime afastou acusações de uso indevido de bens públicos e abuso de poder político feitas por candidato adversário, encerrando o processo de forma definitiva.
Ao longo do ano, os vereadores mirins participaram de oito sessões ordinárias, nas quais foram apresentadas 54 indicações voltadas a melhorias em diferentes setores do município.