14 de dezembro de 2025
Segurança

Mosquito transmissor da febre amarela silvestre é encontrado pela primeira vez em SC; veja cidades

Pesquisadores encontraram 91 mosquitos do gênero Haemagogus em áreas de mata. A presença indica risco real e reforça urgência da vacinação contra febre amarela.

Por G1/SC

Atualizado em 14/12/2025 | 12:38:00

Pela primeira vez, o mosquito Haemagogus leucocelaenus, principal vetor da febre amarela silvestre, foi identificado em áreas de mata de cinco municípios catarinenses: Braço do Norte, Rio Fortuna, Santa Rosa de Lima, São Martinho e Pedras Grandes, municípios das regiões Sul do estado e Vale do Itajaí.

O registro é resultado de um estudo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em parceria com a Fiocruz e órgãos estaduais de saúde.

A pesquisa começou após mortes e adoecimento de primatas nessas regiões durante o ciclo da doença em 2021. Segundo a bióloga Sabrina Fernandes Cardoso, responsável pelo estudo, a presença do mosquito confirma risco real de circulação do vírus no estado .

“Com essa confirmação, pensamos em capturar os mosquitos para saber quais espécies estavam transmitindo”, explicou.

Entre 2019 e 2021, Santa Catarina registrou 27 casos de febre amarela e oito mortes. Em 2022, houve apenas um caso, importado de outro estado. A principal recomendação é a vacinação, disponível no SUS, além do uso de roupas compridas e repelente para quem vive ou frequenta áreas de mata.

Os vírus que causam a febre amarela urbana e a silvestre são exatamente os mesmos. A diferença está nos mosquitos transmissores e na forma de contágio. A febre amarela silvestre é transmitida pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes, que vivem nas matas (ou parques com matas) e na beira dos rios.

Por que é um alerta?

O mosquito vive em ambientes de floresta e transmite o vírus da febre amarela no ciclo silvestre. O risco maior é se uma pessoa infectada voltar para áreas urbanas e for picada pelo Aedes aegypti, iniciando um ciclo urbano, que não ocorre no Brasil desde 1942.

Macacos são vítimas frequentes no ciclo silvestre, mas não transmitem a doença diretamente para humanos. A transmissão acontece sempre pela picada do mosquito infectado.

A equipe coletou mais de 4 mil mosquitos entre janeiro e fevereiro de 2023. Foram identificados 91 espécimes do gênero Haemagogus leucocelaenus, sendo 22 com características semelhantes a uma espécie encontrada apenas no Acre.

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