16 de dezembro de 2025
Política

Câmara ignora vontade popular ao aprovar aumento no número de vereadores, afirma advogado

Decisão aprovada em segundo turno contraria manifestações públicas da população e levanta debate sobre representatividade e responsabilidade no uso de recursos públicos.

Por Redação TiviNet

Atualizado em 16/12/2025 | 08:00:00

O advogado Dr. Célio Armando Janczeski manifestou-se de forma contrária à ampliação do número de vereadores no município de São Lourenço do Oeste, aprovada pela Câmara Municipal durante sessão realizada nesta segunda-feira (15).

A proposta, que amplia de nove para 11 o número de vereadores, foi aprovada em segundo turno por sete votos favoráveis e dois contrários, com validade a partir da legislatura que se inicia em 1º de janeiro de 2029.


Ao contextualizar historicamente a função do vereador, Janczeski destacou que o principal papel do parlamentar é representar os interesses da população nas decisões locais.

“O papel do vereador é levar à Câmara e defender aquilo que o eleitor deseja. E, neste caso específico, o que o eleitor lourenciano quer é a manutenção de nove vereadores. Isso é absolutamente indiscutível”, afirmou.

Segundo o advogado, enquetes e manifestações públicas realizadas nas últimas semanas indicaram rejeição superior a 90% da população à ampliação do número de cadeiras no Legislativo. Para ele, ainda que o tema seja tratado como técnico, isso não autoriza desconsiderar a vontade popular.

“O mais importante hoje não é o pensamento do vereador ou do partido político, mas a razão do povo, aquilo que a população deseja”, reforçou.


Custo e representatividade

Ao rebater o argumento de que o aumento no número de vereadores poderia resultar em maior captação de recursos para o município, Janczeski afirmou que o acesso a emendas parlamentares não depende exclusivamente da quantidade de cadeiras no Legislativo. Ele citou exemplos recentes de destinação de recursos ao município por meio de partidos sem representação na Câmara local.

Sobre o impacto financeiro, o advogado ressaltou que qualquer valor proveniente de recursos públicos deve ser tratado com responsabilidade. Conforme estimativas mencionadas, o custo da ampliação ao longo de uma legislatura pode chegar a cerca de R$ 1 milhão.

“Nenhum valor é insignificante quando se trata de dinheiro público. Se é possível economizar, isso deve ser considerado”, avaliou.

Ele também destacou o histórico de austeridade da Câmara Municipal, com devolução de recursos ao Executivo, afirmando que esse compromisso poderia ter sido mantido com a preservação do número atual de vereadores.


Manifestação pacífica e reflexão sobre representatividade

Por fim, Janczeski ressaltou que, diante de decisões como essa, o papel do eleitor não é discutir ou entrar em confronto, mas refletir sobre a atuação de seus representantes.

Segundo ele, o cidadão deve avaliar se o vereador em quem votou está, de fato, seguindo seus desejos e anseios.

“O eleitor precisa pensar nas próximas eleições e se perguntar se está satisfeito com a postura do seu representante. Caso sinta que suas ideias e vontades não estão sendo representadas, esse é um ponto que deve ser levado em consideração no momento do voto”, afirmou.

O advogado considerou estranho que um representante da população vote de forma contrária aos anseios do eleitor. Para ele, a manifestação da sociedade deve ocorrer de maneira pacífica, por meio do diálogo, da reflexão e da participação consciente no processo democrático.

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