A prefeita de Marituba, Patrícia Alencar (MDB), denunciou publicamente o vazamento criminoso de um vídeo íntimo de sua autoria, divulgado sem consentimento nas redes sociais na noite da última quarta-feira (4).

Em pronunciamento, a gestora classificou o episódio como um ataque político baseado em práticas machistas que ainda prevalecem contra mulheres que ocupam posições de liderança no setor público.

De acordo com Patrícia, o conteúdo em questão foi originalmente publicado em seu perfil pessoal e restrito, que conta com apenas 186 seguidores. Conforme relatado por ela, o vídeo foi capturado ilegalmente por meio da gravação da tela de um celular e redistribuído por terceiros sem qualquer tipo de autorização.

Prefeita de Marituba classifica divulgação como crime e violência política de gênero

Em nota oficial, a assessoria de Patrícia Alencar repudiou com veemência o que chamou de “exposed criminoso”, ressaltando que a exposição da prefeita de Marituba representa uma grave violação de direitos fundamentais.

“É necessário esclarecer os fatos e repudiar veementemente a forma como o conteúdo vem sendo exposto e violentando mais uma mulher brasileira”, destacou o comunicado.

A equipe jurídica da prefeita enfatizou que tanto a gravação quanto a reprodução do material sem autorização violam a legislação brasileira sobre intimidade e privacidade, configurando crime.

“Trata-se de uma violação clara da intimidade e dos direitos fundamentais de qualquer cidadão, independentemente da profissão exercida”, diz trecho da nota.

O texto também denuncia o viés de gênero presente na exploração do caso. “O episódio tem sido deturpado como expressão do machismo estrutural, ao transformar uma ação de cunho pessoal em ferramenta de assédio, deslegitimação pública e violência política contra uma mulher eleita”.

Quem é Patrícia Alencar

Patrícia Alencar tem 37 anos, é empresária, mãe de três filhos, e foi reeleita prefeita de Marituba, com 71,36% dos votos nas eleições municipais do município, situado na Região Metropolitana de Belém.

Natural de Bodocó, em Pernambuco, ela se mudou para Marituba há cerca de 16 anos, quando começou a trabalhar com a venda de baldes na feira do centro da cidade.

A gestora tem enfrentado ampla repercussão desde que o conteúdo foi redistribuído sem permissão na quarta-feira (4). A situação gerou uma onda de comentários misóginos nas redes sociais, evidenciando o desafio enfrentado por mulheres que atuam na política diante de tentativas de desqualificação por vias íntimas e ilegais.