Tivi São Lourenço, 26 de junho de 2025
Segurança

Pai que agrediu professor em Florianópolis diz que filho sofreu abuso; docente cita perseguição

Em nota, a Secretaria de Estado da Educação afirmou vai apurar a agressão e as acusações que desencadearam a violência

Por ND Mais

Atualizado em 26/06/2025 | 14:39:00

O pai de aluno que agrediu um professor da E.E.B. Muquém, no Rio Vermelho, em Florianópolis, afirmou que seu filho foi abusado pelo docente. A agressão ocorreu na quarta-feira (25), próximo à escola. O professor negou as acusações e afirmou que é vítima de perseguição.

O professor, que preferiu não se identificar, teve ferimentos na orelha, no rosto e em outras partes do corpo. Em nota, a SED (Secretaria Estadual de Educação) afirmou que a agressão e suas circunstâncias serão apuradas.

Em entrevista ao Cidade Alerta, da NDTV RECORD, o professor contou que foi abordado quando estava no intervalo entre períodos, do lado de fora da escola Muquém. O agressor questionou qual era o nome dele e qual disciplina lecionava. Ao confirmar, o professor foi agredido.

“Ele perguntou meu nome, minha disciplina, e eu confirmei. Ele disse que o sobrinho chegou em casa chorando, dizendo que eu teria cometido assédio contra o menino. Eu disse que era um absurdo, pedi que entrássemos na escola, e ele me deu o primeiro soco. Eu me virei para fugir, ele me acertou o segundo soco na orelha, e eu caí no chão”, afirmou.

Pai que agrediu professor o acusa de assediar seu filho: ‘Me ligou apavorado’
O pai do estudante foi identificado como Manoel Abílio Pacífico, de 38 anos. Ele contou que, na manhã de quarta-feira (25), recebeu uma ligação de seu filho de 10 anos. A criança teria falado que o professor o tocou com as genitálias.

“Meu filho me ligou apavorado, com uma crise de choro, em pânico, dizendo que o professor tinha assediado ele”, diz Manoel.

Manoel é pescador e mora a aproximadamente 50 metros da escola. Ele conta que, quando voltava de carro para casa, encontrou o professor próximo à residência, parado na calçada.

“Eu parei o carro, fui conversar com ele, os ânimos se exaltaram, a gente brigou, entramos em vias de fato”, afirmou. “Eu vou defender meu filho aonde for, ninguém vai mexer com meu filho”, completou.

Conforme a PMSC (Polícia Militar de Santa Catarina), o pai do estudante tem passagens policiais por ameaça, dano, perseguição e difamação. Logo após a agressão, o homem saiu do local e não foi encontrado pelos policiais.

Professor agredido nega que abusou de estudante: ‘Conjunto de mentiras’
Ao ND Mais, o professor negou as acusações do pai nesta quinta-feira (26).

“São mentiras. Tenho como testemunhas professoras que trabalham dentro da sala de aula comigo, mães que já me confiaram o cuidado de seus filhos, inúmeros outros colegas de trabalho que me conhecem há anos e sabem que eu jamais realizaria este absurdo. O que está sendo criado é um conjunto de mentiras a meu respeito”, afirma.

O professor ainda falou que teme a repercussão das acusações.

“[Sinto] medo, pois as acusações, embora sejam falsas, são graves e provocam muito ódio nas pessoas que não sabem de fato o que está ocorrendo. Estou sendo vítima de perseguição política e ideológica.”

Secretaria de Educação afirma que vai averiguar agressão

Em nota, a SED (Secretaria de Estado da Educação) afirmou que acompanha o caso e disse que vai averiguar a agressão e as acusações que desencadearam a violência. A secretaria listou as medidas que tomou sobre o assunto:

“Reforço na vigilância e segurança da unidade escolar; ampliação das equipes administrativa e pedagógica para apoio à gestão e averiguação dos fatos que desencadearam a ocorrência”, detalha a nota.

Conforme o Estado, o NEPRE (Núcleo de Educação, Prevenção, Atenção e Atendimento às Violências na Escola) também fará intervenções na escola.

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