Tivi São Lourenço, 29 de abril de 2024
Gerais

Há 30 anos sem ingerir bebidas alcoólicas, morador de Ponte Serrada conta trajetória de vida

Atilio Caleffi, hoje com 75 anos, chegou a assumir a diretoria do grupo de Alcoólicos Anônimos da região.

Por Oeste Mais

Atualizado em 15/04/2024 | 09:17:00

Neste ano, Atilio Caleffi, de 75 anos, completará três décadas sem ingerir uma gota de álcool. Gaúcho de Sarandi, “Seu Caleffi”, como é conhecido em Ponte Serrada, atuou como conselheiro tutelar, bancário, professor e sócio em uma lanchonete ao longo da vida.

O vício em bebida alcoólica teve fim após Atilio assumir o compromisso com o grupo de Alcoólicos Anônimos (AA). Na época, ele atuava como conselheiro tutelar e foi convidado para um “encontro de saúde”, que na verdade, já era uma reunião do AA.

“Tudo que eles falavam lá dava tudo certo pra mim”, conta Atilio, que se identificou com os relatos sobre bebida alcóolica dos outros companheiros.

“A primeira reunião foi em setembro de 1994. No dia 11 de outubro de 94 foi a última vez que eu ingeri álcool”, diz com orgulho.

A partir disso, Atilio começou a frequentar os encontros do AA e logo se tornou coordenador do 11º Distrito de AA de Xanxerê, que abrangia nove grupos e tinha reuniões de 3 em 3 meses, cada vez em uma cidade diferente na região. Na época, cerca de 350 pessoas participavam.

Mudança de trajeto

Um fato que Atilio conta que usou como aprendizado foi trocar o trajeto que fazia diariamente. Trabalhando no Conselho Tutelar, ele passava por diversos bares até chegar em casa. Quando decidiu que não iria mais beber, passou a retornar por outra rua.

“Depois que eu deixei de beber, a gente era referência na época pra muita gente [...] Tem muitas famílias que até hoje vem agradecer”, conta Caleffi, que chegou inclusive a palestrar em escolas.

Pioneiro 

Caleffi é pai de três filhos e foi o primeiro conselheiro tutelar de Ponte Serrada. Na época, trabalhou seis meses de forma voluntária, sem remuneração. Somente após pensar em desistir do cargo, passou a receber salário. 

Diferente de como acontece atualmente, Atilio entrou para o Conselho Tutelar em 1997, por indicação do secretariado municipal.

"Vieram me pedir se eu aceitava ser conselhiero tutelar [...] Aos poucos fui vendo que realmente era aquilo que eu queria na comunidade e dentro da sociedade de Ponte Serrada", explica.

Ao encontrar alguma dificuldade para resolver os diversos problemas que surgiam dentro da área que atuava, ele siz que sempre parava e analisava o caso por inteiro. "O caso sempre tem dois lados. Não existe uma situação só. Então eu procurava ouvir sempre os dois lados, daí eu tinha certeza que não errava antes de tomar qualquer posição a respeito", conta. 

Durante os 10 anos que ficou no cargo, Atilio diz que chegou a atender 200 ocorrências em apenas um mês. "E a partir daí o pessoal começou a acreditar e ver que realmente o meu trabalho estava dando resultado".

Confira mais sobre a história de vida, histórias e superação de Atilio no epsódio do Fala Mais, bate-papo produzido com a equipe do Oeste Mais. 

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