03 de outubro de 2025
Segurança

Companheiro de mulher encontrada morta em Santa Cecília é denunciado por feminicídio

Homem teve a prisão temporária convertida em preventiva após solicitação de promotor de Justiça.

Por Oeste Mais

Atualizado em 03/10/2025 | 09:30:00

O companheiro da jovem Lusiane Ribeiro Borges, de 27 anos, encontrada morta em um rio após quase dois meses desaparecida em Santa Cecília, foi denunciado pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) pelo crime de feminicídio.

O corpo da mulher foi localizado por pescadores no dia 20 de setembro, amarrado em um cobertor e boiando no rio Correntes. Apesar das buscas com auxílio de mergulhadores, equipamentos de ondas sonoras e um cão farejador realizadas desde o dia em que Lusiane desapareceu, em 31 de julho, a jovem não havia sido encontrada até então.

O acusado foi preso preventivamente no dia 5 de agosto, após os investigadores encontrarem vestígios de sangue na moradia, dentro do veículo e nas roupas do suspeito. Segundo as autoridades, ele alegou que teve relações sexuais com Lusiane dentro do carro e o sangue seria devido à menstruação da mulher.

Denúncia

O objetivo da denúncia, segundo o MPSC, é que o homem seja submetido ao Tribunal do Júri para ser julgado por jurados da própria comunidade pelos crimes de feminicídio mediante asfixia e ocultação de cadáver. A denúncia foi elaborada pelo promotor de Justiça da Comarca de Santa Cecília, Murilo Rodrigues da Rosa, com base nas investigações.

O crime se enquadra como feminicídio por envolver a morte de uma mulher por razões da condição do sexo feminino, em um contexto de violência doméstica e familiar, conforme descreve o Código Penal.

O promotor de Justiça também solicitou que a prisão temporária fosse convertida em preventiva. Ele reforça que as provas reunidas são contundentes e apontam o companheiro da vítima como autor do crime.

"A Polícia Civil vem realizando um grande trabalho para elucidar os fatos, e o Ministério Público de Santa Catarina não medirá esforços para garantir que esse feminicídio vá a julgamento e seja punido", concluiu.

Relembre o crime

A jovem foi vista pela última vez por volta das 18h30 do dia 31 de julho, quando chegou em casa após sair do trabalho em uma loja de roupas. Familiares relataram que os pertences de Lusiane, como jaquetas, tênis, bolsa e carregador, foram encontrados em casa, exceto o celular. Desde o desaparecimento, buscas foram realizadas em matas, rios e cachoeiras da região.

Segundo o inquérito policial, "o denunciado tirou a vida da companheira após o retorno dela do trabalho, na noite de 31 de julho deste ano, por motivação a ser melhor esclarecida durante a instrução processual, mas certamente em razão de conflitos no relacionamento conjugal".

No dia seguinte, ele teria levado o corpo da vítima no porta-malas até a localidade de Frascaman, amarrado pedras nos membros inferiores e o lançado nas águas do rio Correntes, fazendo-o submergir por vários dias. O laudo cadavérico confirmou que a morte ocorreu por asfixia, que na nova Lei do Feminicídio é causa de aumento de pena.   

 

 

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