Uso estético de esteroides triplica risco de infarto e causa danos irreversíveis, alerta especialista.
O uso de esteroides anabolizantes tem se tornado cada vez mais comum no Brasil e no mundo, impulsionado pela busca por músculos definidos e melhor desempenho físico. Criados inicialmente para tratar condições médicas específicas, como o hipogonadismo masculino e a terapia hormonal para pessoas transgênero, esses compostos estão sendo amplamente utilizados para fins estéticos, o que representa um grande risco para a saúde.
Um estudo dinamarquês publicado em fevereiro de 2025 na revista Circulation revelou dados alarmantes sobre os perigos dos esteroides anabolizantes. A pesquisa acompanhou 1.189 homens usuários de anabolizantes em academias entre 2006 e 2018, comparando-os a um grupo de 59.450 pessoas saudáveis até junho de 2023. Os resultados demonstraram que o risco de infarto do miocárdio triplicou, a necessidade de intervenções como angioplastia aumentou 2,95 vezes, e os casos de tromboembolismo venoso cresceram 2,42 vezes. Além disso, houve um aumento significativo de arritmias, cardiomiopatia e insuficiência cardíaca.
Uso controlado e uso estético
Conforme Thales Rossatto, endocrinologista e médico do esporte, na medicina, a testosterona – principal hormônio associado aos esteroides anabolizantes – tem seu espaço quando utilizada corretamente e sob supervisão médica. Em casos de hipogonadismo, o tratamento é feito com doses controladas, após exames rigorosos. No entanto, o uso para fins estéticos muda completamente o cenário.
“Doses muito acima do normal, muitas vezes em preparações manipuladas sem qualquer controle de qualidade, sobrecarregam o corpo. O coração pode desenvolver hipertrofia nos ventrículos, formar placas nas artérias ou coágulos. O fígado corre risco de toxicidade", explica o especialista, que cita também efeitos colaterais em homens e mulher (você acompanha abaixo).
"No consultório, vejo de perto as consequências: homens jovens com a produção hormonal abalada, mulheres com alterações permanentes no corpo e famílias enfrentando problemas que poderiam ser evitados", comenta.
O endocrinologista também comentou sobre influenciadores digitais e alguns profissionais de saúde que acabaram vendendo os esteroides anabolizantes androgênicos (EAA) como uma solução mágica, muitas vezes pelas redes sociais.
Em 2023, o Conselho Federal de Medicina (CFM) proibiu a prescrição para fins estéticos ou de performance. Ainda assim, um mercado paralelo segue ativo, oferecendo produtos de procedência duvidosa.
"Muitos usuários, sobretudo jovens, acreditam que estratégias como “ciclos” – pausas no uso –, combinações de diferentes EAA ou doses que aumentam aos poucos podem proteger contra os riscos. Não há evidências de que isso seja verdade. Pelo contrário, misturar EAA com outras substâncias, como hormônios de crescimento ou diuréticos, só aumenta o perigo", reforça o especialista.
Efeitos dos anabolizantes
Especialistas alertam que os efeitos colaterais do uso de esteroides anabolizantes podem ser graves e irreversíveis. Entre os problemas mais comuns estão:
• Tremores;
• Acne severa;
• Retenção de líquidos;
• Dores articulares;
• Aumento da pressão sanguínea;
• Tumores no fígado e pâncreas;
• Alterações nos níveis de coagulação sanguínea e colesterol;
• Agressividade extrema e comportamentos violentos.
Efeitos colaterais do medicamento:
Em homens:
• Redução na quantidade de esperma;
• Calvície;
• Crescimento irreversível das mamas (ginecomastia);
• Impotência sexual.
Em mulheres:
• Engrossamento da voz;
• Crescimento de pelos no rosto e corpo;
• Redução dos seios;
• Irregularidade ou interrupção das menstruações.
"Antes de correr atrás de um atalho para o corpo dos sonhos, vale a pena pensar: o preço pode ser bem maior do que você espera", finaliza o endocrinologista e médico do esporte Thales Rossatto.
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