08 de novembro de 2025
Segurança

Neurocirurgião piloto de Porsche é indiciado por morte de mulher em evento automobilístico em SC

Além dele, seis organizadores da 'Subida da Montanha' vão responder pela morte de Patricia Oening Foss, de 38 anos, que assistia ao evento em Grão-Pará.

Por G1/SC

Atualizado em 07/11/2025 | 10:25:00

A Polícia Civil indiciou um médico neurocirurgião que pilotava uma Porsche e seis organizadores de um evento de carros por homicídio doloso e lesão corporal. O condutor do veículo perdeu o controle durante a programação do "Subida da Montanha" em Grão-Pará, no Sul de Santa Catarina, em 22 de agosto. No episódio, Patricia Oening Foss, de 38 anos, morreu e outras duas pessoas ficaram feridas .

O atropelamento foi flagrado por câmeras de segurança. Segundo a delegada Jucinês Ferreira, análises descartaram falha mecânica e comprovaram o tráfego em velocidade superior a 100 km/h. Além disso, o evento foi feito sem autorização formal das autoridades e sem estrutura técnica de segurança.

O inquérito será remetido nesta quinta-feira (6) ao Ministério Público. Procurada, a defesa de Davidson Alba "manifesta perplexidade com as conclusões da autoridade policial, sobretudo por estar em dissonância com os elementos coletados na apuração policial" (leia a íntegra no fim do texto).

A organização do evento foi procurada, mas não retornou até a última atualização desta reportagem.

Veja o que disseram na época do acidente a defesa do motorista, a prefeitura e a organização do evento

Vítima era balconista e havia acabado de chegar ao evento de carros

O que aconteceu

Imagens mostraram que o neurocirurgião, de 37 anos, avançou a área de escape e atingiu as três pessoas. O homem chegou a ser preso, mas pagou fiança e foi liberado.

Em relato à polícia, ele disse que participava da largada promocional em um trecho isolado da avenida, quando perdeu o controle do veículo, ultrapassou a barreira de segurança e atingiu três mulheres que assistiam à apresentação.

Conforme a delegada, durante a investigação, a maioria dos interrogados disse que não houve a incitação a acrobacias ou ao emprego de altas velocidades. Porém, há registro audiovisual que captou instruções direcionadas aos pilotos sobre como deveriam se apresentar, incluindo a orientação para que atingissem a velocidade de aproximadamente 150 km/h.

"Verificou-se que a maioria dos condutores realizou manobras controladas, e que apenas um ou outro praticou acrobacias que, embora não tenham resultado em acidentes, evidenciam o ambiente de risco assumido", disse a delegada em nota.

Ainda conforme Jucinês, havia grande concentração de público, incluindo crianças e adolescentes, o que agravou o risco e a previsibilidade do resultado.

"Esses elementos, objetivamente cotejados pela autoridade policial, demonstraram que o condutor e os organizadores tinham plena consciência do perigo concreto criado, assumindo voluntariamente o risco das consequências fatais e lesivas, diante das condições inseguras e da velocidade empregada", afirmou.

 

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Utilizamos cookies para personalizar anúncios e melhorar a sua experiência no site. Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade.