Tivi São Lourenço, 21 de agosto de 2025
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Pregabalina pode elevar risco de insuficiência cardíaca em idosos, aponta estudo

Análise acompanhou mais de 200 mil idosos entre 65 e 89 anos durante quatro anos.

Por Oeste Mais

Atualizado em 21/08/2025 | 10:00:00

Um estudo publicado recentemente no periódico Jama Network Open acendeu um alerta para a segurança do uso do medicamento pregabalina em idosos. A pesquisa, que avaliou mais de 240 mil pacientes nos Estados Unidos, mostrou que o anticonvulsivo, amplamente prescrito para dor crônica não oncológica, está associado a um risco significativamente maior de insuficiência cardíaca em comparação à gabapentina, fármaco indicado para o tratamento da dor neuropática.

Segundo os resultados, divulgados pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), o início do tratamento com pregabalina aumentou em 48% a probabilidade de desenvolver insuficiência cardíaca em relação à gabapentina. Entre os pacientes com histórico de doença cardiovascular, o risco foi ainda mais elevado, sendo 85% maior.

A análise envolveu 246.237 idosos, entre 65 e 89 anos, acompanhados de 2014 a 2018. Nenhum deles apresentava diagnóstico prévio de insuficiência cardíaca. Do total, 18.622 eram novos usuários de pregabalina e 227.615 iniciaram tratamento com gabapentina. Durante o período de observação, 1.470 participantes precisaram de internação ou atendimento de emergência devido à insuficiência cardíaca.

Os dados revelaram uma prevalência de 18,2 casos por 1.000 pessoas-ano entre usuários de pregabalina, contra 12,5 casos no grupo da gabapentina. Isso equivale a cerca de seis novos episódios de insuficiência cardíaca por ano para cada 1.000 pacientes tratados com o medicamento mais potente.

De acordo com os autores da pesquisa, a pregabalina pode favorecer a retenção de sódio e água, mecanismos ligados à piora da função cardíaca.

Para os pesquisadores, o trabalho também levanta a hipótese de que a pregabalina possa revelar doenças cardiovasculares ainda não diagnosticadas, reforçando a necessidade de avaliações cardíacas mais criteriosas antes da prescrição.

Apesar dos resultados, não houve diferença significativa na mortalidade geral entre os grupos.

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