Tivi São Lourenço, 12 de junho de 2025
Segurança

Premeditação e frieza: humorista planejou matar Raíssa e ocultar o corpo da miss, diz delegada

Polícia aponta sinais de premeditação no assassinato da miss baiana, Raíssa Suellen; humorista manteve contato com família da vítima durante o desaparecimento

Por ND Mais

Atualizado em 11/06/2025 | 10:14:00

A Polícia Civil confirmou que vai apurar o caso do humorista que matou miss em Curitiba como feminicídio.

O corpo da jovem Raíssa Suellen Ferreira da Silva, de 23 anos, foi localizado na capital paranaense, após ter sido atraída com uma falsa promessa de emprego em Sorocaba (SP) feita pelo comediante Marcelo Alves, 41 anos.

A delegada Aline Manzatto concedeu entrevista nesta terça-feira (10), detalhando que o corpo foi enviado ao Instituto Médico Legal (IML). A perícia inicial indica que Raíssa morreu por esganadura.

“Pelas lesões, principalmente no pescoço e na clavícula, há indícios de esganadura”, explicou a delegada.

Segundo a investigação, Raíssa foi sufocada com uma sacola plástica. A delegada apontou fortes elementos que indicam premeditação no crime. “Ele tinha em mente, desde o início, matar a Raíssa e ocultar o cadáver”, afirmou.

A lona que cobria o corpo era nova, o que reforça a tese de um crime planejado. Exames toxicológicos vão revelar se Raíssa Suellen foi dopada antes de morrer.

“Não há sinais de luta ou de defesa no corpo da vítima […] ela pode ter sido dopada antes de ser assassinada”, declarou Aline.

A investigação considera que a motivação do crime foi a recusa da vítima a um envolvimento afetivo com o humorista. “O autor não ficará impune”, concluiu a delegada.

Frieza: humorista que matou miss manteve contato com família da vítima durante o desaparecimento
Marcelo Alves, 41 anos, conhecido artisticamente como Alves Li Pernambucano, é o humorista que matou miss baiana, Raíssa Suellen. Além da atuação em apresentações de stand-up comedy, ele também trabalhava como motorista de aplicativo em Curitiba.

Antes disso, atuava como professor de kung fu — foi nesse contexto que conheceu Raíssa, ainda criança, em projetos sociais na Bahia. Os dois tinham uma amizade de longa data, marcada por laços de confiança.

Marcelo foi seu professor quando ela tinha apenas 9 anos e, anos mais tarde, a ajudou a se mudar para Curitiba. A vítima, que sonhava em ser modelo e cantora, foi coroada Miss Serra Branca Teen em 2020.

No dia do crime, ele teria atraído Raíssa com uma proposta de trabalho falsa em Sorocaba. À polícia, Marcelo alegou que se declarou à jovem e, ao ser rejeitado, a matou usando uma sacola e uma abraçadeira de plástico. Disse também ter sido insultado por ela antes do ato.

Natural de Petrolândia (PE) e criado em Paulo Afonso (BA), mesma cidade natal de Raíssa, o humorista que matou miss convivia com a família da vítima e chegou a demonstrar preocupação durante o desaparecimento da jovem. Essa postura fria causou revolta nos parentes e amigos da jovem.

Durante os dias em que Raíssa esteve desaparecida, Marcelo manteve contato com familiares e até publicou em suas redes sociais uma frase enigmática: “Todo caminho, por mais longo que seja, começa sempre pelo primeiro passo.” A confissão do assassinato só veio seis dias depois.

NOTÍCIAS RELACIONADAS