Tivi São Lourenço, 15 de maio de 2024
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Motoristas de ônibus desafiam estereótipos e rompem barreiras no Meio-Oeste

Patrícia Campos e Adriana Dick fazem parte do quadro de motoristas do Grupo Reunidas.

Por Oeste Mais

Atualizado em 09/03/2024 | 10:48:00

Mãe de quatro filhas e avó, Patrícia Aparecida Campos, de 41 anos, divide a atenção à família com a profissão há quatro anos. Ela integra há dois anos e um mês o quadro de motoristas do Grupo Reunidas. Mãe de dois filhos adultos, a amiga Adriana Marta Dick, de 50 anos, trabalha na mesma empresa há cinco meses.

Moradoras de Caçador, no Meio-Oeste de Santa Catarina, as duas mulheres desafiam estereótipos e rompem barreiras com determinação e amor pela profissão. Neste Dia Internacional da Mulher, 8 de março, provam que sempre é tempo de perseguir os sonhos.

Patrícia seguiu os passos da família ao escolher ser motorista. Com o pai e dois irmãos na estrada, sempre soube que era sua vocação. "É uma profissão que está no sangue", diz.

“O que mais gosto em ser motorista é conhecer novos lugares e me comunicar com as pessoas. Quando iniciei enfrentei vários desafios, como o preço mais baixo que me era oferecido no início, por ser mulher. Pelo mesmo motivo já teve pessoas se recusando a entrar no ônibus comigo, talvez por não confiar em mim, mas hoje isso já foi superado. Com o tempo, passei a ser uma das motoristas preferidas”, conta.

A amiga Adriana, que entrou para a profissão há um ano e meio, diz que escolheu a estrada porque sempre amou dirigir. Ela também tem um irmão que é motorista. “O que mais me atrai na minha profissão é a sensação de liberdade, de estar sempre conhecendo lugares e pessoas novas, estar adquirindo conhecimentos diários, e o dinamismo da atividade, tornado ela muito mais prazerosa”.

“Ela também tem seus desafios, dentre os quais posso dizer que os maiores são os problemas nas estradas, as surpresas que o caminho mostra, além do trato com os clientes, que deve ser diferenciado de acordo com cada público. Mas encaro tudo com coragem e entusiasmo”, afirma a motorista.

Patrícia e Adriana fazem parte de um pequeno contingente de mulheres que dirigem veículos grandes no Brasil, desafiando os padrões tradicionais e demonstrando que não há limites quando se trata de perseguir seus sonhos.

Segundo a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), até o final de 2022, somente 3,4% dos motoristas habilitados para dirigir veículos pesados, como ônibus, caminhões e carretas, eram mulheres.

“Além de mãe, sou mulher, independente e trabalhadora”, destaca Adriana. “Consegui tudo que tenho com muita persistência e aos 49 anos iniciei uma carreira nova com muita confiança e fé de que tudo ia dar certo, como tem dado”, comemora.

“Para o Grupo Reunidas é uma satisfação contar com profissionais tão competentes e determinadas”, afirma o presidente da empresa, Vinícius Marins.

“Nossas portas estão sempre abertas para quem quiser fazer parte da nossa história, sem nenhum tipo de distinção. A Patrícia e a Adriana fazem parte de um grupo de mulheres que colaboram com a companhia atrás de um volante, mas em todos os setores temos mais de 250 colaboradoras, que somam com sua dedicação e ajudam a Reunidas ser a empresa reconhecida que é”, pontua.

Patrícia tem planos ambiciosos para o futuro: quer ser motorista de carreta, ampliando ainda mais suas habilidades e horizontes na estrada.

“A mensagem que eu gostaria de deixar a todas as mulheres é que não deixem de viver seus sonhos. Demore o tempo que for pra acontecer, saibam que irá acontecer. Somos mulheres e somos capazes, pois nossa força e nossa garra são maiores que tudo”.

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