Ave de penas vermelhas não era observada na capital catarinense desde 1763. Bando foi visto no manguezal do Itacorubi na segunda-feira.
O céu e os mangues de Florianópolis voltaram a ficar mais coloridos esta semana. O azul e o verde têm dividido espaço ao vermelho dos Guarás, ave que não era vista na capital catarinense há 256 anos. Eles foram observados pela primeira vez na segunda-feira (18) em manguezais da Ilha de Santa Catarina. Pesquisadores acreditam que a preservação desse ecossistema é um dos fatores fundamentais para o reaparecimento da ave.
"O último registro que a gente tem é de 1763, há 256 anos. Acredito que dois principais fatores: a conservação, preservação de áreas de ninhais, acho que ajudou muito em outros estados no aumento da população; e o outro fator determinante é que o aumento da população requer busca de alimentos nesses locais", detalha a bióloga e pesquisadora Lenir Alda do Rosário.
O aparecimento do Guará em terra manézinha chamou a atenção de pesquisadores que desde 1978 fotografam aves pelo estado. Cerca de mil foram vistas pela primeira vez na segunda-feira (18) no manguezal do Itacorubi. Os Guarás também foram vistos no pontal da Daniela, perto da estação Ecológica de Carijós. Os animais não estão em extinção e são comuns no Norte catarinense.
O Guará nasce com a pena escura e na vida adulta a tonalidade muda para o vermelho. A alimentação, principalmente a base de crustáceos, entre eles pequenos caranguejos presentes em manguezais, e isso intensifica a cor das penas, deixando o pássaro na tonalidade semelhante a de um Flamingo.
Segundo a Fundação Municipal do Meio Ambiente de Florianópolis(Floram), os Guarás vivem em colônias e se alimentam dos manguezais quando a maré está baixa e realizam revoadas no fim da tarde para dormir na vegetação.
O melhor horário para observá-los é no começo da manhã ou no fim do dia no A observação do pássaro exige paciência, deck da Avenida da Saudade e na Beira-mar Norte mar.
"É importante as pessoas estarem atrás para conhecer os Guarás, mas mantendo uma distância segura para eles não se sentirem acuados e irem embora", alerta o biólogo Fernando Bittencourt de Farias.
Importância da preservação do mangue
O retorno dos Guarás a Florianópolis reforça a importância da preservação dos manguezais - onde já vivem as garças azuis e brancas.
"Por muito tempo foi considerado um local ruim, de mau cheiro, que não produzia nada e na verdade o manguezal e um berçário da vida marinha principalmente", reforça o geógrafo e pesquisador Fabrício Basílio Almeida.
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